quarta-feira, 19 de maio de 2010

Sinfonia Concertante


No post de hoje, vou fazer a minha análise/interpretação de uma música de Mozart, fabulosa diga-se de passagem, chamada Sinfonia Concertante.
Bem, nada mais justo do que um breve parágrafo de seu compositor antes de começarmos o trabalho.
Mozart foi um compositor do período clássico, na minha opinião, um dos mais magníficos compositores de todos, afinal ele era extremamente inovador. Sua obra, diferente de outras, principalmente do período posterior, o romântico, são interativas com o público, altamente chamativas e simples de se entender. E a Sinfonia Concertante nao foge disso.
Vamos começar analisando o nome, Sinfonia Concertante, bem é um termo interessante, Sinfonia é geralmente uma obra ampla, com varios movimentos, uma grande diversidade de instrumentos e de um cunho mais pomposo. Já o concerto é para uma gama de instrumentos reduzida e normalmente existe um solista, seja ele um violino, uma flauta, um clarinete podendo chegar até mais de três pianos. Enfim, fica clara a unção dos dois termos. É sinfonia, por ter um caráter sinfônico, uma gama (um pouco apenas) maior que um concerto, caracterizando uma sinfonia, assim como uma pomposidade, uma passagem entre humor mais delicada e Concerto por conter um solista (ou melhor, dois!) e juntamente com uma passagem brusca de humor.
Vou usar a interpretação de Vengerov com Power, que pode ser vista por aqui: http://www.youtube.com/watch?v=aT3Z11472gw prossiga ao lado, existem as continuações. Vou me dedicar exclusivamente ao primeiro movimento. Futuramente talvez possa fazer dois outros dois, mas por enquanto será só esse.
Começando...
Bem, inicialmente podemos ver a característica principal de Mozart em suas músicas com solistas, uma mostra geral do tema feito pela orquestra, que será destrinchado posteriormente pelos solistas.
Podemos perceber que o inico se assemelha realmente a uma pequena sinfonia, se diferencia totalmente das introduções dos seus concertos para violino.
O tema inicial é sublime, com uma pequena alteração de humor, aos 00:45 ja podemos notar uma pequena vontade de crescimento musical e aos 00:56 há uma brusca mudança de humor, atingindo uma estabilidade por volta dos 1:10. Após isso, podemos perceber a conversa entre os metais e as madeiras, com um simples acompanhamento ao pizzicato das cordas, inclusive os baixos. A partir dos 1:35 começa um declarado crescendo, que ganha total estabilidade aos 1:55, no qual a melodia se consolida e atinge seu clímax e logo depois morre lentamente, dando lugar a uma pequena vconversa entre oboé e orquestra que é logo cortada pelos dois solistas, o violino e a viola que, em unissono roubam a cena. Logo depois o violino entra em seu solo, uma breve frase que é repetida pela viola posteriormente, no qual no meio de sua frase entra novamente o violino. A apresentação dos instrumentos está encerrada. nos 3:07 podemos percebe a mudança para um humor mais sério e de um tema do violino e da viola já mais melodioso e cantado. Aos 3:34 podemos ver um solo do violino, antecedido por uma pequena frase da viola, no qual o violino está sob uma harmonia quase fixa da orquestra, dando a impressão de que está suspenso no ar. Logo após isso, a viola repete o tema. Já da para perceber a conversa clara entre violino e viola no decorrer da música. Aos 4:09, podemos ver uma investida comum de Mozart, os fanáticos de plantão irão identificá-la facilmente. O violino corta a música com um "arpejo" que é imitado logo em seguida pela viola. Logo após isso começa uma "corrida" de temas, iniciada pelo violino e precedida pela viola, que após terminar sua frase, entra junto com o violino numa frase mais parecida com uma súplica, que mais em seguida é precedida por escalas ascendentes, no qual quando um termina a escala, mantém a nota para o outro. Após isso, iniciam-se trinados e finalmente aos 5:10, Mozart, com o violino, da a entrada ao clímax que se consolidará aos 5:13. No clímax, você ve mixado claramente uma sinfonia com uma orquestra, juntamente com um tema mozartiano, se me permitem a neologia. Como uma boa música de Mozart, após o clímax, um momento mais obscuro, no qual paira uma pequena dúvida no ar, que é respondida pelo violino aos 5:56. Após isso, acontece o mesmo com a viola, caindo na mesma dúvida e logo após a respondendo.
Após a resposta da viola, começa um jogo de pergunta e respostas entre violino e viola, no qual aos 6:57 se torna um diálogo altamente melodioso e cantado, e aos 7:13 vira um jogo, uma competição entre violino e viola, que aos 7:27 vira uma corrida, no qual mozart deixa a entender que empata. (começa o outro vídeo). Logo após essa primeira parte, o tema retorna de uma maneira breve. Com tudo sendo repetido, o corte dos solistas e a apresentação inicial, só que dessa vez, a ordem foi mudada. O focado dessa vez é a viola. O mesmo tom sombrio paira aos 1:30, com a mesma técnica de suspensão. Só que dessa vez em um tom mais fechado que o anterior, e aos 1:56, essa mudança é brusca e o tema estilo Mozart é tocado de novo, dessa vez com a viola em primeiro lugar, seguido pelo violino, que da uma rasteira no fim e retomam ao tema introdutório, que é tocado ao fundo pela orquestra enquanto os solistas fazem um acompanhamento. O humor fica instável a partir daí, caracterizando uma cadência eminente, que acontece aos 3:30 no estilo Mozartiano, hehe. Bem a cadência dispensa análise, apenas aproveite uma cadência dupla entre duas cordas, é algo sublime. Ao final da cadência, terminando com trinados, a orquestra finaliza com o tema introdutório. O primeiro movimento termina de uma maneira inesquecível. A genialidade de Mozart já está demonstrada nesse movimento, os dois restantes são apenas para confirmar. Sem quere desmerecê-los. Tenha atenção no terceiro, é o mais rico dos três.

Espero que tenham gostado.

Atenciosamente,

Lucas

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